domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quinta do Vallado
















fotos: jfv
Provei na Quinta do Vallado todas as edições do varietal Sousão e do Reserva.
É singular a casta Sousão. No Minho é designada Vinhão e dá origem a vinhos adstingentes, ácidos, e de tipicidade dificilmente exportável. No Douro, predomina na vinha velha de onde provém o mais exclusivo e sofisticado Porto: Quinta do Noval Nacional. O Vallado é um dos raros produtores que têm apostado em vinhos monocasta Sousão. E, como referiu Francisco Spratley Ferreira, há quem ame e quem odeie. Na verdade, gostei mas não fiquei seduzido. É diferente do paradigma dos vinhos do Douro. Muito rústico e violento, cor sempre muito carregada, taninos à flor da pele, vai ganhando serenidade com o passar dos anos. Daí que o 2004 esteja agora pronto a beber, enquanto os 2005 e 2006 pareçam ainda pedir descanso por mais uns anos. O menos polido foi o 2003, com o produtor possivelmente ainda em fase experimental.
Com os Reserva, estamos noutra dimensão: a da classe dos grandes vinhos do Douro, ou seja, dos grandes vinhos mundiais. O 1999 estava óptimo. O 2000 (provado em garrafa magnum) estava no momento óptimo para se beber: complexo, fresco, elegante, cheio. O 2003 (também em magnum), apresentava uma juventude invejável e era possívelmente o melhor dos vinhos provados. Levei-o para o almoço e foi crescendo no copo, tendo acompanhado de forma perfeita um cabrito assado com arroz de forno. Os mais recentes (do 2004 ao 2006) precisam de tempo para mostrarem o que valem, embora sejam já fantásticos vinhos.
Uma boa surpresa foi o Porto 10 anos produzido por esta casa, aparentando mais idade e que simpatizou muito com uma espécie de carpacio de laranja com Porto e aparas de chocolate da sobremesa.

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