segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Espanha é a nova Italia?

Aqui vai a minha primeira tentativa a um post Post-Post moderno... Com o iPhone num restaurante espanhol numa pequena cidade americana (New haven) mais conhecida pela sua universidade. Enquanto como em mais um restaurante espanhol desta cidade visitei o blog e não resisti a enviar um post. Até quatro países tinham conseguido exportar a sua cozinha pelo mundo: França, Japão, China e Italia.nmas os casos não são iguais: a cozinha francesa influenciou os grandes restaurantes mas também a cozinha caseira mas nunca se extendeu aos fast food. A cozinha japonesa está representada em restaurantes dos mais caros às cadeias fast food mas nunca se vulgarizou nas nossas cozinhas (apesar dos inúmeros cursos para gerações yuppies). A cozinha chinesa o mesmo. Apenas a cozinha italiana está presente em todo o lado: do restaurante de topo a tasca (trattoria) da esquina; da cadeia de fast food ao que cozinhamos em casa.
De repente, ocorreu-me perguntar: o que determina a globalização de uma gastronomia e a sua conquista do mundo? A resposta fica para outra ocasião porque isto de escrever no iPhone não é fácil... Mas lanço um palpite: a cozinha espanhola vai ser a próxima a conseguir o que os italianos conseguiram? E sabem mais: com a nossa ajuda pois já encontrei em vários restaurantes espanholes pratos portugueses...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Vinhos que não de agora


Não temos uma resposta incondicional para o fenómeno, mas a verdade é que o Inverno nos impele para a prova de vinhos com alguma idade.

O frio do época poderia, é certo, aconselhar exactamente o oposto, ou seja a escolha de vinhos jovens, encorpados, cuja força, exuberância e álcool aquecessem os "espaços em volta", mas não. Decididamente, a nossa escolha tem seguido inteira para vinhos, normalmente tintos, moldados pelo tempo, vinhos com fôlego e com a subtil complexidade que só o tempo em garrafa atribui. Talvez seja afinal a Quadra Natalícia, e a inerente vontade de provar o que de melhor temos na garrafeira, que nos leva a cometer esse devaneio de abrir algumas daquelas preciosas garrafas que reservamos para uma ocasião especial. Talvez...

Este ano, começámos por regressar à "Casa Ferreirinha" (Sogrape), um dos poucos produtores nacionais que, a par de alguns vinhos de volume, se especializou em tintos que sabem e conseguem envelhecer de forma nobre. Este ano, voltámos pois a duas colheitas dos anos '80 e a outras duas da década de '90. De uma assentada, provámos - e adorámos todos eles – o Barca Velha (T) 1985, o Ferreirinha Reserva Especial (T) 1986, o Ferreirinha Reserva (T) 1996 e o Ferreirinha Reserva Especial (T) 1997. Incrível, desde logo, o facto de todos os vinhos estarem em perfeitas condições, ou seja, sem oxidações excessivas, sem cheiro a "rolha", com níveis adequados de líquido, com as rolhas firmes, todos com viva cor encarnada e todos (uns mais do que outros) com fruta ainda evidente.

Num outro momento de convívio, regressámos a outros dois néctares que já não provávamos faz muito (demasiado...) tempo. Foi no último jantar da tertúlia Deguste, no restaurante Manifesto, e foi vez de não perdoar a vida a duas garrafas de Quinta da Pellada Jaen (T) 1999 e a uma de Redoma (T) 1996. Ambos os vinhos, se bem que com uma evolução menos positiva que os Ferreirinha, revelaram, contudo, força (tanino) e determinação (fruta), mesmo se o duriense teimou em mostrar uma oxidação algo exagerada. Ainda da Pellada, provámos também, noutro jantar ainda, o tinto de 2001, de delicado e harmonioso bouquet, altivo no corpo e na fruta, em suma num grande momento de forma (tivemos sorte com ambos os Pellada dado os conhecidos problemas que este produtor teve, no final anos '90, com as leveduras). Novamente, nada de cheiros a "rolha" nem outras complicações, apenas o prazer de degustar vinhos que não de agora.

Venham mais momentos destes!

NOG