terça-feira, 17 de março de 2009

S. Paulo imensa

Trabalhei em S. Paulo há 23 anos.
Muita coisa mudou desde então. A cidade mudou e eu mudei.
Nesses ventos de mudança a imagem de Portugal e dos portugueses, felizmente, mudou para melhor.
Ultimamente tenho-me deslocado para cá com alguma frequência e neste momento é onde me encontro. Preparo a inauguração de um novo hotel Tivoli.
Pois bem, aproveitando-me da qualidade destes bloggers gostaria de saber a vossa opinião sobre o restaurante gastronómico e sobre o seu conceito.
Para quem não conheça o hotel, trata-se do Mofarrej que, em tempos, foi Sheraton e posteriormente Mélia. A dois passos da Paulista em pleno Jardins.
Como embaixada gastronómica qual pensam que deveria ser a aposta? Tradição ou inovação?
Manifesto desde já a minha tendência. Inclino-me mais para a segunda.
Quanto ao chef residente? Pensam que poderia ser um(a) brasileiro(a)? Apesar de ser um blogue composto só por homens não deixo de defender a igualdade de género!
Já agora, conhecem a Chef Bel Coelho?
Como uma imagem vale mais do que mil palavras sugiro uma pesquisa em google images.
Espero que esta intervenção temperada com um pouco de pimenta não fira os princípios deste blogue que se quer mais participativo.
Desde Terras de Vera Cruz... aquele abraço...

Luís Baena

4 comentários:

Miguel Poiares Maduro disse...

Caro Luis,
Bela Chef a Bel Coelho.... Não estará interessada em participar num blog gastronómico? (ficava bem ter uma "correspondente" gastronómica brasileira...). E, pelo pouco que li (que me permitiu perceber que, para além de bela, é inteligente), faz consultadoria em Portugal. Eu sempre fui um adepto da cozinha de fusão!
Quanto à opinião sobre qual a aposta correcta: tradição ou inovação. Concordo consigo: inovação. Primeiro, o Brasil já tem muitos (e nalguns casos, pelo que sei, bons) representantes da cozinha tradicional portuguesa. Segundo, o Brasil (partiicularmente São Paulo) é até mais aberto à inovação que Portugal. Faria atenção é ao tipo da inovação. Duas opções: uma cozinha de fusão Portugal/Brasil (mas o Vitor Sobral já está a fazer um pouco isso; ou uma reconstrução dos pratos portugueses (como o Luis faz tão bem) mas partindo daquilo que os brasileiros consideram ser a comida portuguesa (que não é exactamente o mesmo que nós). Acho perfeitamente que o chef pode ser brasileiro (ainda mais se seguir a opção inovação) e, se me permite o conselho, dê-lhe visibilidade e alguma autonomia (construa o restaurante com ele ou ela): as pessoas têm uma motivação muito superior nesse caso, são mais criativas e o restaurante teria uma identidade local mais forte (num certo sentido é apostar em que o restaurante não seja o restaurante supervisionado pelo Luis Baena mas sim o restaurante do ... discípulo do Luis Baena e cultar da sua filosofia de cozinha; falo disto porque é o mesmo no mundo académico).
Eu vou ao Brasil em Agosto (trabalhar com um pouco de prazer espero): Rio e São Paulo. E, se já estiver a funcionar, visitar o seu restaurante será a minha segunda prioridade... A primeira será ir conhecer (a cozinha) da Chef Bel Coelho...
Abraço
Miguel

Luís Baena disse...

Começando pelo final, a partir de Maio a Bel Coelho vai estar com o novo restaurante a funcionar.
Há grande expectativa.
Infelizmente o projecto do Víctor Sobral está, de momento, parado.
É, ou vai ser seguramente, um contributo importante para a afirmação da criatividade na cozinha.
Comi noutro dia um arroz de línguas de bacalhau preparado por ele, em Girona, que estava divino.
É claro que a minha prioridade de momento não é coleccionar mais restaurantes. Têm que estar reunidas algumas condições e isso nem sempre é fácil.
A genialidade, a meu ver, do Robuchon é conseguir fazer réplicas perfeitas do "Atelier" em qualquer parte do mundo.
O conceito é muito bom, o produto excelente e a capacidade de o controlar é assente na que para mim continua a ser uma grande escola. A da cozinha francesa.
Junte-se a isso todo o savoir faîre de anos de experiência em produções massificadas, uma faceta pouco conhecida do Robuchon, e uma disciplina férrea que faria tremer qualquer Gordon Ramsay no seu Hell's Kitchen, e temos um resultado perfeito.
Logo à noite Lisboa mostra-se em S. Paulo numa mostra intitulada "Lisbon luxury".
Mãos à obra.

Abraço

Luís

Luís Baena disse...

Começando pelo final, a partir de Maio a Bel Coelho vai estar com o novo restaurante a funcionar.
Há grande expectativa.
Infelizmente o projecto do Víctor Sobral está, de momento, parado.
É, ou vai ser seguramente, um contributo importante para a afirmação da criatividade na cozinha.
Comi noutro dia um arroz de línguas de bacalhau preparado por ele, em Girona, que estava divino.
É claro que a minha prioridade de momento não é coleccionar mais restaurantes. Têm que estar reunidas algumas condições e isso nem sempre é fácil.
A genialidade, a meu ver, do Robuchon é conseguir fazer réplicas perfeitas do "Atelier" em qualquer parte do mundo.
O conceito é muito bom, o produto excelente e a capacidade de o controlar é assente na que para mim continua a ser uma grande escola. A da cozinha francesa.
Junte-se a isso todo o savoir faîre de anos de experiência em produções massificadas, uma faceta pouco conhecida do Robuchon, e uma disciplina férrea que faria tremer qualquer Gordon Ramsay no seu Hell's Kitchen, e temos um resultado perfeito.
Logo à noite Lisboa mostra-se em S. Paulo numa mostra intitulada "Lisbon luxury".
Mãos à obra.

Abraço

Luís

Miguel Azevedo Remédio disse...

Olá Luís,

Conhecendo relativamente bem alguma da melhor restauração de SP e o tipo de cozinha que o Luís tem vindo a praticar, parece-me que a solução para a sua questão passa mais por uma cozinha de inovação.
Um novo restaurante de cozinha tradicional portuguesa, iria "chocar" com duas ou três referências já bem estabelecidas no mercado e não me parece que seja disso que a cidade precisa, ou procure.
Boa sorte!

MAR